31 julho, 2010

Pessoas ímpares! Premio muchas gracias al blog amigable...



(Selo 'Premio muchas gracias al blog amigable')

'Ninguém é igual a ninguém.
Todo o ser humano é um estranho ímpar'.

Carlos Drummond de Andrade

Fiquei pensando que bom que a vida é assim, cheia de pessoas ímpares... nas quais esbarramos quando menos esperamos né?!
Recebi o selo 'Premio muchas gracias al blog amigable' e gostaria de agradecer o Franck que escreve (muito bem por sinal, vale demais a pena passar por lá!) 'poemas, chiclete & som'  por lembrar de mim! E já que como ele mesmo disse as regras foram  quebradas, vou distribuir também para essas pessoas ímpares que tenho encontrado pelo caminho, ok?

28 julho, 2010

Até o Fim?



Até o Fim
Chico Buarque

'Quando nasci veio um anjo safado
O chato do querubim
E decretou que eu estava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim'.

Já reparou que tem dias que parece que a vida está mesmo brincando com  a gente?
Como se quando acordassemos um anjo safado estivesse ao nosso lado prontinho pra se divertir?
E assim o dia segue, cheio de coisas que fazem você pensar: 'não, não pode ser verdade!?' ou 'não, só poderia estar acontecendo comigo!? Tem dias em que a sensação é essa... de que já de saída a estrada entortou... Mas, vamos lá... até o fim, seja lá onde for... [rs]
E quem sabe é possível se divertir junto com o anjo... às vezes é!

26 julho, 2010

(...)


(E não é que quando menos esperávamos ela floresceu?
Difícil reparar nas flores quando estamos tão acostumadas com o verde das folhas né?)


Falar é completamente fácil,
quando se têm palavras em mente
que expressem sua opinião.

Difícil é expressar por gestos e atitudes
o que realmente queremos dizer,
o quanto queremos dizer,
antes que a pessoa se vá.

Carlos Drummond de Andrade


Estava aqui pensando na minha dificuldade em me expressar. Já reparou que há pessoas que parecem ter passado nas filas da graça, da clareza, da eloquência,  pelo menos um milhão de vezes? Enquanto você parece ter se escondido quando essa oportunidade surgiu. Já treinando claro, pra se esconder quando essas oportunidades surgissem na Terra. Carlos Drummond de Andrade deve ter sido do primeiro grupo (palpite, não faço a menor idéia), nem que fosse somente para escrever. Mas ok, por esse poema talvez tenhamos algo em comum. Olha quem diria que eu teria algo em comum com Drummond? (Ok, só suposição [rs]).

Eu certamente sou do segundo grupo. Daquelas pessoas que rezam internamente (e externamente se for necessário) para não serem chamadas para falar em público, que rezam para não ter que pedir informações ou fornecê-las (ainda mais sobre caminhos, dada a a minha eterna dificuldade com direita e esquerda), rezam para passarem desapercebidas nos diferentes ambientes, que diga-se de passagem, quanto mais diferentes mais desesperam! 

Mas que é claro, talvez por rezarem tanto acabam sentando na última fileira e sendo o motivo de piada do palestrante que acredita ser original por resolver tirar sarro das pessoas que como eu sentam no fundão. Acabam sendo o bode expiatório da aula, sem nunca descobrir porque, afinal tudo o que fizemos foi rezar e sentar mudas em alguma carteira distante do foco, pedindo internamente para que houvessem poucos seminários durante o semestre Afinal já teríamos que nos preocupar com o que fazer nas outras horas... festas, multidão de pessoas na cantina, pessoas naturalmente alegres, desinibidas, que nos fazem perguntar o tempo todo, porque será que eu não sou assim?

Talvez isso venha de uma adolescência não muito popular, de várias festinhas sentada em qualquer canto que tivesse um lugar para apoiar (preferindo mil vezes estar dormindo), certa falta de coordenação pra dançar, o espelho quebrado da academia que o diga, certa vergonha de 'respirar' perto de pessoas desconhecidas. Sabe aquele apelido imbecil de bicho do mato? Enfim, essas experiências que hoje para para melhorar dizemos que 'o que não nos mata fortalece', certo? [rs]

A verdade é que nem com as palavras em mente, falar para mim é fácil. Nunca é. Esse blog tem sido um exercício interessante e inesperado pra mim. Tem sido ótima a experiência essa de trocar com vocês. Mas ao mesmo tempo me fez perceber que continuo com essa dificuldade maluca de dizer o que quero, o que não quero, o que sinto, o que tenho medo de sentir, o que penso... E comecei a pensar (antes só pra mim, agora com vocês) que talvez tenha me acostumado a ser assim, só não me acostumei com a idéia de talvez (certamente, no meu caso) não conseguir expressar o que eu sinto, seja lá como for. A pessoa indo embora ou não. De qualquer maneira, o momento vai, e talvez aquele fosse o momento de falar.

O que resta é talvez pensar que sentir, querer, sonhar talvez já seja alguma coisa e que uma hora dessas fique mais simples dividir isso... e que outros momentos virão...

Tudo isso pra dizer pra uma amiga que ela é muito importante pra mim, viu? Independente de como eu (não) demonstre isso às vezes!? Vamos combinar que não dá pra se ficar todas as filas né, e certamente eu fiquei naquela que me fez encontrar pessoas como você!

Obs.: Às vezes as flores aparecem viu!? Deve fazer parte desse ciclo maluco da vida! Aproveite, ok? Você merece muito! Novas pessoas terão a sorte de poder conviver com você diariamente e as companhias telefônicas terão a sorte de sermos amigas e continuarmos fofocando todos os dias, certo?!

24 julho, 2010

Garantias?



(Image by 4 Eyes) 


'Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação'.

Clarice Lispector


Que necessidade é essa que sentimos de ter 'garantias'? Ainda que saibamos que elas para nada ou para quase nada servem. Curioso como ficamos imaginando um milhão de hipóteses, só para termos a ilusão de não sermos pegos de surpresa. E a verdade é que de novo, pouco adianta.

Queremos garantia de que vai dar certo, garantia de que vai dar errado, sim isso mesmo, porque a garantia de que vai dar errado muitas vezes conforta mais do que a de que vai dar certo, afinal se der certo: ponto pra gente. Garantia de que ficaremos bem, de que consiguiremos (seja lá o que for) de que seremos felizes (ainda que não saibamos como, onde, quando e nem que talvez já sejamos [rs]), garantia de que realizaremos nossos sonhos, até garantia de que poderemos levar pra outro mundo o que esquecemos de sonhar...

Parece difícil (quase impossível na verdade) ter alguma garantia ou entender os acontecimentos enquanto se caminha... A não ser a garantia de desorientação!  Lembrei de uma música do Teatro Mágico que diz que a 'incerteza traz inspiração'. Pode ser que traga mesmo. Afinal nada como imaginar o que não se sabe...

Que encontremos alguma leveza e diversão na incerteza e na desorientação de cada dia! Ainda que às vezes não seja tão simples se entregar à elas...


Sonho De Uma Flauta
O Teatro Mágico

'Descobrir o verdadeiro sentido das coisas
É querer saber demais'.
(Ter garantia delas então...)

22 julho, 2010

Sonhos



(Image by John Slater)

'Pode ser que para outro mundo
Eu possa levar o que sonhei.
Mas poderei eu levar para outro mundo
O que me esqueci de sonhar?'

Fernando Pessoa,
por seu heterônimo 'Álvaro de Campos'.

20 julho, 2010

Dia das pessoas certas e erradas...




'Nada é para sempre, dizemos,
mas há momentos que parecem ficar suspensos,
pairando sobre o fluir inexorável do tempo'.

José Saramago 

Sei que é quase meia noite, e que o Dia do Amigo está quase terminando mas não consegui dormir sem escrever! Andei pensando sobre encontros, desencontros, sobre pessoas... e finalmente assisti Once (Apenas uma vez). Apesar das incógnitas na minha cabeça, da minha cara de 'ué' e do nó na garganta (mas era um nó bom, se é que existe um nó na garganta bom), passei esses dias pensando que talvez agora eu possa escrever um pouco mais sobre essa história de pessoa certa...

Já escrevi sobre como as pessoas são importantes pra mim nessa caminhada...  E ao pensar nessas pessoas...

Lembrei de vários 'sucos'  depois do trabalho (que acabam sempre se transformando em batatas fritas): 'E aí, você tá com tempo hoje?' (inclusive hoje [rs], não se esqueça que gosto muito de você!).

Dos telefonemas malucos só para contar os sonhos também malucos, mas que eu sabia que só você entenderia né!? Obrigada pela mensagem, você nem faz idéia de como ela acalmou o dia!

Porque eu também amo: uma boa companhia como você, filmes açucarados, trilha sonora, risadas e suspiros... certo? Das conquistas da faculdade, sua amizade com certeza é uma das mais importantes viu!?

Também adoro as conversas no MSN com uma certa pessoinha que estava escondendo uns poemas na gaveta, mas que resolveu agora dividir num certo blog, né?

Na delícia do reencontro de pessoas queridas no show do Zeca Baleiro, que de Zeca teve mesmo só o som... Agora de apartamento novo muito merecido!

Pão de queijo, Todinho, sorvete de brigadeiro e certa cantoria sentada na calçada após uma prova dos infernos... Até que somos afinadas hein? 'Take this sinking boat and point it home /We've still got tiiiiiiiiiiiiiiiime' [rs]

Bar do Zé no dia dos namorados? Vamos todas! E só nós duas também lembra? Até que rimos bastante ainda que eu pouco conhecesse de The Clash... Além de 'should i stay or should i go'...

Certas pirações sobre esse mestrado maluco que espero terminar mantendo a minha sanidade mental, obrigada pelas dicas viu? Espero conseguir assim como vc! Boa sorte em São Paulo amanhã!

Passeio pela feira hippie, Elo Místiko e Bar da Cachoeira... Nem os insetos atrapalharam, podemos contar também um certo filme sem pé nem cabeça né? Adoro sua companhia!

Nando Reis no Ibirapuera? Que dia foi esse hein? Mas dia 28 nos espera! Preciso depositar a grana dos ingressos!

Uma certa amizade de cursinho que resolveu visitar 'as origens' e ainda por cima me trouxe essa 'loucura' desse filme! Nosso almoço está de pé certo? Adorei te reencontrar!

Uma certa pessoa muito querida que não só alegra a minha vida como a do Bidú também!? Sousas, veterinários... Gosto muito de você viu!? Vamos no Bar do Jair comer coxinha certo? (menos de beringela, ok?)

Interubamos para Jaguaríuna, quanta saudade!? Precisamos nos ver logo! Lembra do dilema do vestido preto?

Uma certa pessoa que independente do nosso contato sempre será especial nessa vida maluca... afinal foram muitos momentos certo? Que bom retomar essa amizade... daquilo que fomos, dos dias, dos sonhos de sermos pra sempre ligados...

Uma certa amizade nova! Que nasceu de poemas e muita admiração viu?! Espero que tenha gostado da lembrança, porque eu amei o agradecimento! Muito bom te conhecer! ;)

E não posso deixar de falar de certas amizades virtuais digamos assim, não sei como chamar, mas certamente são pessoas especiais pra mim, certos poemas, textos, pensamentos e comentários que com certeza tornam esse meu dia a dia mais poético e colorido! É muito bom poder dividir coisas com vocês e conhecer idéias novas, pensamentos novos...

E muitos outros momentos...

Penso que a sacada talvez não esteja na pessoa certa ou errada e sim nos momentos certos ou errados em que temos a sorte de ter essas pessoas especiais por perto para vivê-los com a gente, seja apenas uma vez ou quantas vezes tivermos a sorte de nos encontramos! 

Um feliz dia do amigo pra gente, e muitos outros dias de encontros e momentos especiais como esses, que mereçam ficar suspensos na memória...

16 julho, 2010

Sobrevivendo? Vivendo...



(Image by Laura Rounds)

'Coragem e covardia são um jogo que se joga a cada instante.'
Clarice Lispector


Quando li essa frase comecei a pensar em como estou levando a vida sabe? Além da correria, do trabalho, das contas pra pagar, das coisas pra estudar... E reparei em como tenho usado muito a palavra ‘sobrevivendo’...

Recebemos (eu e uma amiga) o email de uma amiga muito especial... E a pergunta era muito simples: Como vocês estão? E lá fomos nós nos descrevermos como SOBREVIVENTES!

Quem lê pensa que estamos quase numa guerra né!? Não que a vida não seja uma às vezes [rs].

Mas lá fomos nós descrever como estávamos: sobrevivendo no trabalho, sobrevivendo em casa, sobrevivendo na família, sobrevivendo na faculdade, sobrevivendo no ônibus, sobrevivendo... E fiquei pensando que história é essa de achar que só porque as coisas não saem exatamente como queremos estamos simplesmente sobrevivendo e não vivendo!

Fiquei pensando que essa sensação de estar ‘sobrevivendo’ ao mundo deve ter haver com as coisas saírem diferente do que havíamos planejado, ou esperávamos... E com o fato de muitas vezes pensarmos que devíamos ter sido mais corajosos ou menos covardes, tanto faz.

Mais é aí que está, Clarice tem toda razão: 'Coragem e covardia são um jogo que se joga a cada instante' e nós tentamos ao máximo encontrar o equilibrio nesse jogo.

E fiquei pensando que talvez mais importante do que equilibrá-lo seja viver essa vida maluca de encontros e desencontros aproveitando os momentos, sejam eles de coragem, ou talvez um pouco covardes.

Ok que há dias em que nos perguntamos por que não ficamos dormindo? Escondidos embaixo do edredom? Mas ainda assim se prestarmos atenção há coisas que devem ter valido a pena...

Seja o sorriso que arrancamos de uma amiga ‘praguejando’ o planeta pelas coisas que não saíram como queríamos, pela nossa coragem ou covardia, sejam as palavras que ouvimos pelas mesmas reclamações e que nos fizeram pensar, pois não havíamos olhado por aquele lado ainda. Ou seja, simplesmente o fato de termos nos permitido ficarmos putos com o mundo! Ainda que temporariamente, também podemos e muitas vezes merecemos não estarmos de acordo!

Por outro lado talvez não seja fácil perceber esses momentos, ainda mais depois de um dia cansativo (e frio como esse) de trabalho, confesso que nem sempre consigo, e que na maioria das vezes nem me lembro de pensar nisso, mas por algum momento deve ter valido a pena o dia de hoje...

Pra mim o dia de hoje valeu muito a pena por ensinar minha irmã a jogar dominó e ela se sentir como se tivesse descoberto algo mágico! Ok que não venci nenhuma vez ainda [rs] mas vê-la sorrir, tentando adivinhar as minhas peças definitivamente valeu o dia...

Seja sorrindo ou de saco cheio com o mundo, de maneira corajosa ou um pouco covarde (às vezes) estamos vivendo e certamente o que seremos e como estaremos amanhã terá muito dos nossos sorrisos e reclamações de hoje!

E tudo isso me lembrou muito a música 'Paciência' do Lenine... E embora muitas vezes ela tenha me parecido triste, hoje me passou uma sensação boa, de possibilidade... Afinal a vida parece mesmo tão rara...

13 julho, 2010

Chuva e desencontros...



(Image by Mihaela Muntean)

Acabei de ler um texto muito bonito (vale muito a pena ser lido!) de uma amiga no qual ela fala sobre os encontros malucos que a vida proporciona e que acabam nos ajudando a seguir nosso caminho com mais tranquilidade... Na verdade ela bem nos faz pirar perguntando 'Com que frequência você encontra a pessoa certa?'.

E estava pensando esses dias nos encontros! Nas tantas pessoas 'certas' que já encontrei... Entretanto, ao terminar de ler seu texto me senti provacada a pensar nos desencontros... E em como tentamos pensar ( e fato é real) que eles valeram à pena, que foram experiências significativas que nos modificaram, momentos em que de fato as coisas fizeram sentido. E lá dentro sabemos disso. Não é difícil notar na nossa maneira de falar, às vezes de pensar, de ter idéias... E que bom que isso certamente ficará conosco. Assim como as lembranças.

Entretanto, fiquei pensando que quase como dois mais dois são quatro, se há um encontro... em algum lugar haverá um desencontro. E isso não é pessimismo não. É a simples constatação de que por mais que essas pessoas continuem na nossa vida de alguma maneira, que elas estejam em algum lugar desse ou de outro planeta, e que saibamos que elas estarão sempre lá... Sabemos também que qualquer que seja esse novo lugar não será como o lugar de hoje, ou de ontem...

Resta-nos 'acomodarmos' esse novo espaço, manter o contato seja com que planeta for e aguardar os novos encontros malucos da vida... Sejam eles com as pessoas certas ou as erradas, afinal quem vai saber o que é certo ou errado até descobrir o que um encontro pode render?

Desabafos de uma noite chuvosa...

12 julho, 2010

Pequeno poema de após chuva



(Image by Mooney Green)

Frescor agradecido de capim molhado
Como alguém que chorou
E depois sentiu uma grande, uma quase envergonhada
alegria
Por ter a vida
continuado...

Mário Quintana - Baú dos Espantos

10 julho, 2010

Pessoas pelo caminho...



(Image by Julian Hibbard)

Quinta, com cara de sexta, véspera de feriado... e uma galera do meu trabalho saindo de férias... Ok, foram umas três pessoas, mas pareceu uma ‘galera’. Independe do fato da minha pessoa não ter férias, o clima era de férias, então resolvemos colocar uma musiquinha pra comemorar, CD eleito: Titãs Acústico.

E de repente começou a tocar “Pra dizer adeus”. Sabe que não é uma musica da qual eu goste muito. Gosto. Mas honestamente aquela imagem de ‘Você apareceu do nada / E você mexeu demais comigo’... Sei-lá acho que (no momento atual) não me convence muito apesar de ser quase impossível não suspirar com ela né?! Esses caras são bons em 'romance musical'.

Mas pela primeira vez essa música não me levou pra uma viagem romântica e me fez pensar nas pessoas... E em como elas aparecem do nada e entram na nossa vida, Já reparou?

Hoje saí com uma amiga, conversamos um montão e comecei a pensar nas pessoas que conheço e com as quais tenho convivido ultimamente, nas pessoas que conheço, mas não tenho tido tanto contato e das maneiras malucas e óbvias que elas passaram a fazer parte da minha vida.

E mais do que isso, nos diversos significados que elas possuem pra mim.

Se reparar bem acho que vai perceber também que há aquelas pessoas com as quais adoramos brincar, fazer piada do mundo, das situações (isso é um pouco mais complicado no meu caso, porque acho que faço piada com tudo e todos, mas há sim aquelas mais abertas pra isso)... Aquelas que quando pensamos algo engraçado, só de nos olhar já conseguem alcançar nosso pensamentos e rir com a gente!

Aquelas pessoas que quando cometemos a maior burrada do mundo e ainda não assumimos nem pra nós mesmos, procuramos... Pois sabemos que de alguma maneira elas nos entenderão melhor do que outras...

Aquelas pessoas em que somente na frente delas conseguimos desaguar a chorar, por alguma razão maluca que com certeza deve ter uma pitada de segurança, liberdade, compreensão... Que apesar de termos segurado aquela dor o dia inteiro, às vezes durante dias é somente na frente e com essas pessoas que conseguimos chorar (também ponto delicado pra mim, digamos que eu tenha uma relativa dificuldade de chorar acompanhada, eu hein, quantos pontos delicados [rs])...

Aquelas pessoas em que pensamos no exato momento em que nos acontece uma coisa ótima! Sabe aquilo que estávamos esperando muito! Ou aquilo que de tão bom nem esperávamos que nos acontecesse um dia? E que antes de termos vontade de gritar pro mundo, queremos contar pra elas!

Aquelas pessoas que naqueles dias meio sem sentido, nem uma pitada sal, nem de açúcar, procuramos para temperar o dia! Sabe no estilo ‘você me ligou naquela tarde vazia e me valeu o dia’. Quantos telefonemas malucos sem pé nem cabeça que acabam sempre em gargalhadas e um ‘nem sei por que te liguei, mas valeu!’. Isso vale pra emails, mensagens no celular... telepatia às vezes[rs]... e não posso deixar de citar certos poemas, textos, frases de um certo universo virtual que talvez nem saiba o bem que pode nos fazer!

Aquelas pessoas que só de ouvir a nossa voz ou ver o modo como ‘não’ a encaramos, sabem... o que talvez nós nem quiséssemos compartilhar naquele momento...

Aquelas com as quais sabemos que podemos contar seja dia ou noite, faça sol ou chuva... Seja para que loucura for... Que sabemos que após um ‘tem certeza?’, ou 'você pensou bem nisso?’, está pronta pra ‘aprontar, lutar, querer, sofrer’ com a gente... Sem ficar nos puxando pro chão sabe? Ou pelo menos puxam com mais delicadeza.

Há também aquelas pessoas que possuem o dom de nos fazer refletir em situações complicadas... Quem sempre procuramos em momentos de indecisão, nem que seja para sentar num café ou no MC Donalds e rabiscar uma lista de prós e contras num papel qualquer que encontramos na bolsa ou num guardanapo...

Ainda há muitas outras pessoas... E o engraçado é como elas conseguem ser 'uma' e 'muitas' pra gente!

Fico pensando que ao invés de ficar procurando ‘Um caminho, um lugar Pro que eu sou...', podemos continuar (mesmo sem encontrar esse 'tal' lugar) vivendo cada dia junto dessas pessoas, que na verdade chamamos de amigos, certo?

E mais... seguir imaginando as muitas outras pessoas e surpresas que esse caminho reserva... (ainda que surpresas não sejam o meu forte, sabe como é né...)

Afinal, talvez vocês tenham mesmo razão e como já dizia Guimarães Rosa: 'Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia...'.

Que aproveitemos o caminho! E que bom que vocês existem...

09 julho, 2010

Os degraus



(Image by Laura Rounds)

Os degraus

Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças. não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...

Mário Quintana - Baú de Espantos

07 julho, 2010

A pé até encontrar...

Os Cegos Do Castelo
Nando Reis

'Eu não quero mais mentir
Usar espinhos
Que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno
Que me atraiu
Dos cegos do castelo
Me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, um lugar
Pro que eu sou...'

Pro que eu acredito, pro que eu quero, pro que eu não quero, pro que eu penso... Deve haver algum lugar!


05 julho, 2010

Vocês me fazem sorrir!




Sabe que em algum momento devo ter comentado que sou um pouco desatenta e anciosa... e acho que fiquei tão feliz quando recebi o selo que não me dei conta de como funcionava sabe!? [rs] Mas, agora entendido! 

Queria agradecer muito a Kenia e a Luiza pelo carinho! Fico muito feliz de pensar que posso de alguma maneira maluca ou 'torta' fazer alguém sorrir com esse espaço! Só posso dizer que tenho conhecido pessoas muito talentosas e muitos espaços que me fazem sorrir sempre! E tenho acompanhado todos! Ainda que às vezes não comente, podem apostar que passo por aí! Acreditem ou não, às vezes o que vocês escrevem é tão 'pirante' que não sairia nada inteligível nos meus comentários!

Queria antes de seguir a regra de passar o selo para 7 blogs e listar as coisas que me fazem sorrir, deixar um poema que li hoje e me fez pensar em todos vocês, já que todos de alguma maneira participam dessa loucura de encontrar a poesia inexplicável da vida... afinal 'a explicação da vida' depois de vocês nem procuro mais, prefiro ficar com a poesia!

Se procurar bem, você acaba encontrando
não a explicação (duvidosa) da vida,
Mas a poesia (inexplicável) da vida.

Carlos Drummond de Andrade


Espaços que me fazem pensar, pirar e principalmente sorrir...

1. Poesia Torta by Kenia Cris
2. Palavras ao Vento by Luiza Drumond
3. Sob minha inteira responsabilidade by Flávia Sakai
4. Palavra Fátua by Helcio Maia
5. Lunetta Poesias by Silvio Prado
6. O Caminho das Palavras by Danny
7. Um dia me disseram... by Thaís Winck

O que me faz sorrir? Hum... várias coisas!

Meu cachorro - Não tem coisa mais fofa e sem vergonha ao mesmo tempo no planeta sabia? Talvez o de vocês claro, eles são impossíveis e nos ganham no primeiro olhar!

(Scooby Doo, mais conhecido como Bidú, repara só a cara de sem vergonha!)

Filmes que me fazem lembrar de coisas... - Amo assistir filmes, principalmente aqueles que me fazem pensar na minha vida, ou seja, quase todos, até porque minha vida anda indo de comédia adolescente até dramas e comédias não tão românticas... e no fim acaba tudo em sorrisos!

Amigos - Acabei de ler um post da Kenia no qual ele disse que os amigos são aquelas pessoas que tornam as pequenas coisas grandes... e impossível não sorrir com eles, pra eles... (deles só junto e com muito carinho, ok).

Aquela música na hora certa (se é que tem alguma hora errada pra ouvir música [rs])- Amo ouvir música! Adoro descobrir músicas novas, bandas novas, sons novos... E aí vou até o fim, 'xereto' todas as letras, as traduções, os clipes...
Sabe quando a gente está no final de um dia cansativo (poderia ser um dia sem cansaço tb [rs]), no ônibus, pensando na vida e de repente toca aquela música que te leva pra outro lugar sabe, te faz lembrar de coisas que você nem sabia que estavam lá ainda e outras que você nem sabia que sentia, tira aquele sorriso dos seus lábios, sorriso que você só vai perceber quando volta pro mundo e repara que as pessoas estão te olhando e talvez imaginando de onde veio aquele sorriso...?

Aquele poema, aquele texto, aquelas palavras na hora certa (de novo, acho que não tem hora errada, mas...) - Ler definitivamente me faz sorrir! Adoro ler coisas gostosas sabe? Gosto de ler coisas sérias também, não que as gostosas não sejam sérias, pelo contrário, mas elas são gostosamente prazeirozas e nos fazem pensar em milhão de coisas diferentes! Sabe aquela sensação de como ele conseguiu escrever o que eu sinto? É muito boa! Sorriso certo!

E pra fechar essa lista maluca (por hoje), lá vai talvez o meu gosto mais esquisito (a Bia que o diga?! Quantas lapiseiras perdidas e achadas! Amei a minha nova viu!?) - Adoro lapiseiras! Por alguma razão maluca elas me fazem sorrir sempre!

03 julho, 2010

Mudanças...



(Image by Michael Hitoshi)

Hoje me disseram que o mundo 'é'... pelos meus olhos...
Disseram que o Saramago disse algo parecido com isso...

Fiquei pensando que tomara que o mundo esteja pronto pra mudar, porque os meus olhos... estão sempre vendo coisas diferentes!

 Afinal, como o próprio Saramago disse:
"Das habilidades que o mundo sabe, essa ainda é a que faz melhor: Dar voltas.''

'Deixe eu me lembrar de criar asas...'

 
(O Teatro Mágico)

(...)

O Teatro Mágico

Quanta mudança
Alcança o nosso ser
Posso ser assim,
Daqui a pouco não.

Quanta mudança
Alcança o nosso ser
Posso ser assim,
Daqui a pouco...

Se agregar não é segregar;
Se agora for, foi-se a hora.
Dispensar não é não-pensar;
Se saciou, foi-se embora.

Se lembrar não é celebrar;
Dura é a dor quando aflora.
Esquecer não é perdoar;
Se consagrou, sangra agora.

Tempo de dar colo,
Tempo de decolar.

O que há é o que é;
E o que será
Nascerá, nascerá.

Tempo de dar colo,
Tempo de decolar.
O que há é o que é;
E o que será
Nascerá... Será?

Reciclar a palavra,
O telhado e o porão;
Reinventar tantas outras
Notas musicais.

Escreever um pretexto,
Um prefácio e um refrão
Ser essência muito mais.

Ser essência muito mais
A porta aberta, o porto,
A casa, o caos, o cais.

Se lembrar de celebrar muito mais.
Muito mais...
A ciência, a essência,
A poesia prevalece...

Tá certo que o nosso mal
Jeito foi vital
Pra dispensar o nosso tom;
O nosso som pausou.

E por tanta exposição
A disposição cansou.
Secou da fonte da paciência
E nossa excelência ficou lá fora.

Solução é a solidão de nós.
Deixe eu me livrar das minhas marcas;
Deixe eu me lembrar de criar asas.

Deixa que esse verão eu faço só.
Deixa que esse verão eu faço só.
Deixa que nesse verão eu faço sol.

Só me resta agora acreditar
Que esse encontro que se deu
Não nos traduziu melhor.

A conta da saudade
Quem é que paga?
Já que estamos brigados de nada;
Já que estamos fincados em dor.

Lembra o que valeu a pena
Foi nossa cena não ter pressa pra passar.