(Image by Ballyscanlon)
'Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso.
Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro'.
Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro'.
Clarice Lispector
E o pior (ou melhor, ou tanto faz) é que até os defeitos e talvez em grande parte eles, são responsáveis por ser quem somos. Essa semana andei pensando sobre isso: os defeitos. Os meus, os seus, os nossos...
E num primeiro momento não me pareceu muito confortável sabe? Olhar para eles assim nus e crus! Mas o curioso é que de alguma maneira estranha nós os conhecemos (quase) todos. Disfarçamos, arrumamos, tentamos mudar, camuflar, seja lá o verbo que for... Mas o fato é que eles são parte de nós também. E talvez o maior erro seja tentar mudar isso.
Fiquei pensando nas ‘um milhão de vezes’ em que desejamos internamente não ser mais assim ou assado, nunca mais fazer isso ou aquilo, nem dizer, nem pensar, nem querer... E se repararmos isso acontece quase o tempo todo. É no trabalho que deveríamos ser mais objetivas, menos confusas, mais claras, ter menos vergonha de falar em público... Em casa que deveríamos ser menos impacientes, mais calmas, menos emburradas... Na vida em que deveríamos ser mais solidárias, menos egoístas, menos apressadas, menos medrosas, bem menos inseguras...
Quem disse?
O fato é que os defeitos são também parte do que nos mantém inteiros! E talvez conviver com eles não precise ser algo 'sofrível'. Talvez eles sejam partes fundamentais do que quebra-cabeça que nós somos... E se olharmos com cuidado, podemos até tentar trocar de lugar algumas peças às vezes, somos humanos certo? Mas precisamos de todas elas para ser o que somos, seja isso inteiro, metade...
E talvez o maior perigo seja se perder em relação a quem queremos ser e como queremos ser, para como agradaríamos se fossemos...
Não quero com isso dizer que não podemos mudar, melhorar, trabalhar o que não é bacana na gente, o que não nos agrada. Claro que podemos. Mas talvez esse ideal de mudança não deva ser nosso maior objetivo. Já é tão difícil ser quem somos com o pacote todo: o que temos de bom, de alegre, de triste, de complicado, de simples, enfim... Imagina ser tudo isso e ficar tentando não ser algumas coisas também?
Mas já pensou numa pessoa totalmente perfeita? Deve ser muito chata! A msm Clarice que vc cita acima disse tbém que gostava do imperfeito, da coisa inacabada, do voo mal feito...eu tbém sou assim, e, como Calcanhoto, gosto dos que tem fome, ardem de vontade, secam de vontade...e imperfeição!
ResponderExcluirBjs e um bom fim de semana!
Pois para mim ninguém tem defeitos! Sim, isso mesmo! Somos todos perfeitos, apenas cada um com suas características!
ResponderExcluirGK
As vezes é nos defeitos que aprendemos a ser melhores
ResponderExcluirEu, durante anos, quis ser bem certa, bem medida, bem controlada, bem centrada, bem fria, bem coerente.
ResponderExcluirBesteira, tolices!
Eu sou um ser em mutação, sou filha do Universo e esse não é imutável, por que eu seria então?
Sou assim e me amo, pois sou tudo aquilo que recebi para mim mesma, um enorme presente dado por Deus. Eu cuido agora desse presente. Eu hoje aceito minha total imperfeição.
Beijos!
Voltei à vida, após saída para recomposição.
Insatisfação dever ser coisa de ser humano (graças a Deus!!!) porque eu gosto de pensar que a insatisfação, o desconforto é que provocam a comichão necessária para a realização de grandes mudanças.
ResponderExcluirBeijo sempre grande querida!
Defeito... aos olhos de quem?
ResponderExcluirTem selo (repetido) pra você lá no ÚltimasFichas!!!
Bjim
Michelle,
ResponderExcluirSim, a mulher sou eu, mas eu fiz o texto para você e para todas as outras mulheres.
Foi você quem me inspirou. Veja aí no comentário que fiz sobre a sua publicação DEFEITOS (6 de agosto), veja aí de onde surgiu a vontade de falar de SER, principalmente de SER MULHER.
Obrigada! Vou inclusive deixar este meu comentário que faço agora, postado lá no meu Blog.
Você é muito linda!