(Imagem by Marta Bevacqua)
“Se bastasse falar do medo para superá-lo, já estaríamos livres deste sentimento há muito tempo. É impossível viver sem ele. Podemos dizer que o medo faz parte daquelas razões do coração desconhecidas da razão que rege os pensamentos” (Marcia Tiburi, A forma mais comum do medo é o medo do medo).
Estava conversando com uma amiga (muito querida por sinal), e o tema era medo! Achei que o foco fosse romance, claro, romance também, mas muito mais medo! Já reparou como sentimos medo de quase tudo? Medo de gostar de alguém, medo de não gostar de alguém, medo de não gostar o suficiente, ou de gostar demais, medo de perder a amizade, medo de contar que gostamos e medo dele nunca saber disso... isso só falando em gostar...
Sem contar os medos que sentimos em casa, na rua, sozinhos deitados no quarto, no banho, no supermercado, no trabalho... medo de não dar certo, medo de dar certo, medo errar, medo de acertar e não saber o que fazer, medo de não dar conta, medo dos desafios, medo das novidades que por mais que nos movimentem nos deixam inseguros... Afinal, estamos diante do desconhecido, ou muitas vezes do “não conhecido muito bem” e honestamente acho que nos acostumamos com a segurança do saber, do conhecer e no meu caso (que também é o caso de todas as pessoas que insistem em prever o futuro) imaginar o resultado!
Sabe que além da Martha de quem nem dá pra perceber quase que gosto muito, tenho lido alguns textos da Marcia Tiburi e gostado muito também. Ela escreveu um artigo sobre o medo intitulado “A forma mais comum do medo é o medo do medo” e só posso concordar que é!
Antes de termos medo, temos medo de sentir medo!!! E não sei como nunca reparei nisso! A srta medrosa! Sempre duvidando de tudo, sempre pensando nas piores possibilidades (o que na minha teoria me deixa pronta pra parte ruim e pra curtir os bons resultados ‘inesperados’, se eles existirem claro!), sempre com medo! Ah o inesperado! Esse me apavora! Benditos imprevistos! Me tiram o chão, que já parece querer fugir dos meus pés naturalmente e sem muito esforço.
E enquanto estávamos conversando percebi o quanto é fácil encorajar os outros e o quanto o medo do outro nos parece mais simples de resolver. Impressionante né!? Já reparou quantos amigos encorajamos o tempo todo, mas lá no fundinho pensamos ‘será que eu teria coragem?’, ou ‘será que vai dar certo?’. Mas lá no fundo de novo (nem tão no fundo assim na verdade) acreditamos sinceramente que eles são capazes! E que pode dar certo! E ainda bem que o movimento é esse, porque mil outras vezes somos nós os encorajados a arriscar! E no fim... do chão ninguém passa.
E o pior é não consegui pensar em nada pra amenizar esse medo todo que não seja conviver com ele, enfrentá-lo (às vezes e quando nos parecer - ainda que ilusóriamente e encorajados pelos nossos amigos - seguro [rs]) e ter paciência! E aí a Marcia tem razão novamente ao nos alertar que...
“Podemos odiar o medo, querer extirpá-lo de nossas vidas, mas nem sempre o fazemos pela via mais simples, porque é muito difícil combater um sentimento. Melhor, quando se trata de sentimentos, aprender a conviver com eles. Um sentimento cresce na exata proporção em que o negamos. Torna-se mais leve quando o aceitamos. É a única chance de que nos deixe em paz”. (Marcia Tiburi, A forma mais comum do medo é o medo do medo).
Pra nos ajudar a pirar...
Miedo
Lenine e Julieta Venegas
Composição: Pedro Guerra/Lenine/Robney Assis
"Medo de olhar no fundo
Medo de dobrar a esquina
Medo de ficar no escuro
De passar em branco, de cruzar a linha
Medo de se achar sozinho
De perder a rédea, a pose e o prumo
Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo"
Alguns deles habitam-me, outros passam e vão...
ResponderExcluirhá aqueles que me fitam, alguns...onde estão?
Realmente sentimos medo de muitíssimas coisa, mas se você reparar alguns deles são insegurança que temos, e quando isso acontece o que mais devemos ter em tais momentos é a esperança!!!
ResponderExcluirBeijoss
Boa Semana
Bela música, Lenine sempre é surpreendente
Michelle obrigada pela visita!
ResponderExcluirGostei muito de seu espaço.
O medo realmente faz parte, é um ponto negativo e positivo ao mesmo tempo.
Grande Beijo!
amei também o seu canto aqui
ResponderExcluiro medo é um raio que separa o mundo
amo a música
^^
abraços pelo disertação, conhece já o papeis:
http://tallesazigon.blogspot.com/
Caramba! Que legal ver vocês por aqui... Maluco como a gente escreve e não bota muita fé que vai ser lido de fato!
ResponderExcluirAlém de curtir escrever e brincar com esse espaço, tenho curtido muito encontrar vocês nesse caminho!
E esteja o medo com a gente, ou onde não sabemos, seja ele insegurança ou não... que convivamos com ele da melhor forma possível né!?
Beijos!
Uma vez eu vi em algum lugar que o medo é completamente instintivo, 'direito' adquirido do incosciente coletivo, passado de pai pra filho há gerações desde os homens das cavernas.
ResponderExcluirAdoro antropologia e sou uma medrosa assumida. Sempre. Eu tenho medo de escuro e de bicho debaixo da cama até hoje!
Bju!
Oi Kenia!
ResponderExcluirNem me fale em "medrosa assumida"... Acabou de encontrar mais uma!
Beijos!