(Show Orquestra Arte Viva, Nando Reis, Paula Toller e Roberta Sá, Ibirapuera - SP)
Não sei se pra todo mundo, mas imagino que pra muita gente, o dia a dia se torna uma loucura e acabamos deixando de fazer coisas que nos dão prazer. A pior parte poderia estar aí: em não se fazer coisas que nos dão prazer. Mas existe uma parte ainda pior do que essa... Que é aos poucos irmos esquecendo que coisas são essas...
Do que gostamos, o que queremos, pelo que nos mataríamos, por que coisa enfrentaríamos chuva, sol, filas, que momentos valem cada segundo... Enfim, o que gostamos de fato de fazer. Me dei conta que tenho a sorte de ter pessoas muito especiais! Lembrei de conversas especiais, risadas especiais, silêncios especiais.
Quando estava sentada na grama, praticamente torrando no sol, naquele parque lindo olhando/sentindo/ouvindo o show... Me dei conta do valor que esses momentos possuem pra mim. Sabe quando a gente arrepia, para de raciocinar, canta sem perceber, pensa sem querer... Enfim, de alguma maneira maluca a gente se sente bem!
Fiquei pensando que são esses momentos que fazem grande parte do caminho valer a pena. Tem a parte chata/ruim/sem graça sim, não esqueci dela (nem tem como né?) mas, quando estava voltando, ouvindo "Mosaico Abstrato", a música nem fala disso na verdade (eu acho...), mas fiquei pensando que a nossa vida é feita também disso. Desses momentos malucos, que vão se juntando num mosaico abstrato e vão dando um sentido especial pra essa correria... que é a nossa vida de cada dia.
Trilha sonora do retorno pra Campinas...
Mosaico Abstrato
Nando Reis
Todo sonho é feito de estilhaços
Do que o olho crê
Que a imagem
Faz no espaço,
E o tempo encontra
No ar que passa
Invisível,
Peso e cor
Todo encontro é o jeito do acaso
Achar no sonho
Uma miragem
Onde o oásis
Água inventa
O mar do nada é
Impossível
Erro e dor
E o que era longe hoje só é aqui
Tem rosto
E nome
De um jeito tão certo que só cabe mesmo em mim
Como o beijo e abraço
No tempo que passa
Lento e à jato
No gesto que toca
A gente na alma
No modo, dois jeitos
E diferentes
É que somos
Iguais
Livros lidos
Discos preferidos
Filmes vistos
Sempre
Um
Sinal
Indo e vindo
vivo ouvindo
O instinto
Mesmo quando
Não tava entendendo nada
Mesmo quando não entendo nada
Agora eu sei que não entendo mais de nada
Só o que diz
O lábio no beijo
No sopro
A paixão
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Obrigado por fazer parte desse diálogo comigo mesma!