23 maio, 2010

Há “pés esquerdos” que vêm para o bem...


(Image by Imagezoo)

Esses dias eu estava meio brava com o mundo (na verdade alguns dias talvez) e com medo de ficar amarga sabe. Azeda mesmo. Um limão, pior, uma limonada inteira e sem ser suíça. Sabe aqueles dias em que a gente levanta com dois pés esquerdos? Um frio dos infernos pra sair da cama, você cai mais uma vez na armadilha “soneca” do alarme do seu celular, o chuveiro queima = banho gelado reclamando do mundo, você derruba o leite na blusa limpinha que acabou de colocar, não encontra a sua carteira (que pela mania de arrumação) tava arrumando ontem a noite antes de pegar no sono... Enfim, um dia desses...

Então, ao invés de ficar pirando em ficar azeda ou amarga resolvi tentar entender um pouquinho que sabor é esse que estou vivendo/sentindo agora. Pôxa, a minha paciência não é mais a mesma. É fato que continuo ligada no 220, ansiosa, apressada, curiosa. Os gostos mudaram um pouquinho (grande parte da adolescência parece que permanece, pelo menos no que diz respeito a adorar séries de TV, comédias românticas tontas e a mania de imaginar coisas), alguns sonhos mudaram, chegaram, surpreenderam... Mas foi importante perceber que a possibilidade de sonhar continua aqui. Fim de faculdade, começo de mestrado (meio na verdade, ai meu Deus!), trabalhando na minha área, aprendendo pra caramba, penando pra caramba também, namorando um curso de fotografia, outro de cinema, outro de roteiro pra documentário, não efetivando nenhum por enquanto (mas o namoro tá bom). Acho que nunca tive vontade de fazer tantas coisas! Dança, fotografia, teatro, voltar pro inglês, retomar o espanhol, talvez o francês, natação (é, acho que preciso aprender nadar nessa vida ainda, já que andar de bicicleta resolvi deixar pra lá), tirar carta, comprar um carro, um apartamento, viajar, até em ter um hamster tenho pensado...

Engraçado que comecei a pensar em mim buscando “o que havia se modificado” e acabei encontrando algumas permanências e talvez algumas vontades que sempre estiveram aqui e eu não dei muita bola. Acho que as pessoas piram em algumas épocas da vida, e talvez eu esteja em uma dessas épocas. Vai ver fazer um blog do nada tenha haver com isso (talvez a terapia não esteja dando conta! Brincadeira, a Flávia manda muito bem!). Nossa, me senti a maluca agora. Mas tem sido uma piração boa. É estranho se sentir tão plena, sabe do que eu estou falando? Se sentir bem de verdade com você, não no país da maravilhas entende? Mas bem... levando a vida, estudando, trabalhando (tentando pelo menos), feliz com o esmalte das unhas, o corte de cabelo, os gostos, as vontades (as identificáveis conscientemente pelo menos)... “Se encontrar”, se olhar depois de algum tempo passeando entre o que sou e como eu gostaria de ser...

Acho que é aí que a crise surge... O que vem pela frente? É estranho como conquistamos coisas... E de repente você deita na cama pra ler, ouvir musica, de pijama listrado, cobertor verde de bolinhas amarelas, e sente uma sensação (nossa, isso foi tipo descer pra baixo, anexar junto, mas enfim) a sensação mais confusa do planeta: uma satisfação insatisfeita. Pode? Pode! Não sei, mas acho que se você não se sentiu assim ainda, acho que esse momento chega uma hora dessas.

O medo de ficar azeda... sabe que até passou, a possibilidade de me sentir humanamente azeda às vezes... foi compreendida. Afinal, nunca se sabe quando uma limonada azeda pode virar uma limonada suíça... E assim que eu entender o que significa tudo isso divido por aqui... por enquanto... um brinde de limonada às possibilidades!

Obs.: Me matriculei no curso de roteiro para documentários... vamos ver o que rola!

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